sábado, julho 26, 2008

Francofolie e um pouco mais da minha escola

Esta semana começou mais um festival em Montréal. É o Francofolie. Por sorte fica também bem ao lado do prédio que eu moro e eu tenho acompanhado nestes dois dias quase todos os shows, que por sinal são muito interessantes.

São vários palcos espalhados na área de espetáculos. Todos os Shows externos são gratuitos.


Para a criançada existe um mini parquinho com roda gigante e os pais levam as crianças mesmo!


Para os adultos uma estrutura de bares, banheiros e comidas!


Tem também lojinhas de venda de lembranças, tatuagem e instrumentos musicais.


Toda estrutura é muito limpa e organizada


Uma coisa espetacular em Montréal é a preocupação com a reciclagem. Existe uma rentável industria que se encarregada de coletar e processar todo o lixo e, principalmente, existe uma consciência pública da necessidade disto e todo mundo colabora separando o seu lixo!


Exemplo de coletor de plásticos, papel e aluminio.

Anteontem eu fui assistir o Paulo Ramos, um brasileiro que toca nos bares da cidade e tem uma turminha muito legal que toca bossa nova e alguns sambinhas, Tom Jobim e Vinicius e que faz o maior sucesso aqui em Montréal. Infelizmente eu esquecí de levar a máquina fotografica (Furo).


Grupo de música creoula, típico francês do Haiti!


Muito interessante e se assemelha com o nosso regae do Maranhão!


Também dá pra babar com os carrões que são expostos por patrocinadores, sente só esse Mustang básico. Pessoalmente ele é mais lindo ainda!


Rua principal, Sainte Catherine, onde está o palco principal.





Ontem começaram a se apresentar as bandas Quebecoises (francesas) mais famosas e eu tive, ao acaso, a oportunidade de conhecer dois casais brasileiros que estavam passando por lá e fiquei com eles a noite toda conversando.


Paulo e Marilda, à direita, o outro casal me desculpe de coração, mas eu esquecí o nome deles, talvez tenha sido culpa da Molson (cerveja), mas são de Belo Horizonte e são muito simpáticos.

O Paulo e a Marilda estão aqui em Montréal a catorze anos e espelham muito bem o que eu imagino que seria "Eu e Magnolia amanhã", pois eles vieram para cá quando estavam na faixa de quarenta anos e trouxeram um filho adolescente, como é o nosso caso.
Ontem conversando com ele eu ví que é bem puxado colocar os meninos para acompanhar a escola, mas, isso é perfeitamente possível, hoje em dia o filho deles fez engenharia e trabalha na Loto-Quebec, já tem um encaminhamento profissional. O Paulo continua trabalhando, perto de casa, e tendo uma vida pra lá de tranquila.
Segundo palavras dele mesmo, nos 14 anos que ele está aqui ele já conseguiu mas coisas do que durante toda a vida dele no Brasil (mais de trinta anos).
Foi muito interessante porque ele me explicou sobre os cortes de carnes, o ritmo de vida daqui a história do Quebec e um monte de assuntos muito interessantes. Inclusive ele me tranquilizou quanto ao sistema de saúde, em relação às doenças graves ele já teve, infelizmente, uma experiencia, e pode testemunhar que eles dão atendimento adequado para estes pacientes e são muito bem atendidos, inclusive falou que Montréal é uma referência na américa do norte para o tratamento de cancer de mama.
Bom, a noite foi super agradável, nos trocamos telefones e eu fiquei de fazer um contato com eles quando a Magnólia chegar aqui para agente conversar mais.

A VIDA COTIDIANA NA ESCOLA


O dia-a-dia continua duro!


São cinco horas e meia de aula por dia, das 08:30 às 14:00. Quando chego em casa vou fazer um monte de "Homework" e ai la se vão mais duas horas. Sempre tem um momento para ouvir a televisão ou rádio, aliás, eu agora vivo assistindo a programas infantis porque tem uma didática para que as crianças aprendam inglês, então eu aproveito isso.



Usando o closed caption eu posso acompanhar as legendas em tempo real e ouvir ao mesmo tempo. Tem sido bem produtivo, porque ou eu entendo ou entendo, não tem outra opção.





Pense no diálogo entre um Tigre e uma Iguana! sensassional não???


Quem diria!!!!! O celso assistindo desenho animado que nem criança!!! É a vida né, para alcançarmos nossos objetivos as vezes é preciso fazer coisas que não acreditamos ser capazes!


Nas sexta-feiras continuam as despedidas! Na última sexta eu acho que metada da escola foi embora. Esse é o Marake, um garoto de 15 anos que veio sozinho da Tchekslovaquia para aprender inglês e me deixou surpreso com a capacidade dele em lidar com situações de adultos.


Essa Japonesa estudou comigo por um mês, mais eu jamais consegui aprender a falar ou escrever seu nome, mas aprendí com ela (Ela só tem 17 anos) como é possível ser paciente, porque pense numa pessoa paciente e calma, parece até aqueles filósofos chineses, muito interessante.


A justine é polonesa e também foi embora. Muito inteligente e legal, mas um poço de timidez.


O Andrea da Itália, muito novo e já se preparando para a vida, eu não estou bem certo mas acho que ele tem 16 anos. Imagine a salada de sotaques que é em cada sala de aula. Ou fala o inglês correto ou ninguém se entende.


Bom, essa é a foto da turma inteira do inglês, todos os níveis. Sentados à frente estão os nossos professores Jéssica e Aldem, ambos norte-americanos.

CHINATOWN:

Aqui em Montréal também tem um Chinatown, muito interessante por sinal, eu nunca falei dele mas vou fazer um post especial porque merece. Lá você encontra desde os melhores pacotes de viagem até sessões de acumpuntura e Taichichuan (não sei se é assim que se escreve), é o lugar onde você compra tudo quanto é buginganga e eletrônico a preço de banana e encontra um variado e delicioso cardápio chines para saborear.
Eu lembrei de fazer este comentário sobre o bairro chinês porque eu passei lá durante a semana e tava a maior festa de comércio sobre a calçada (Vente sur Trottoir).

Rua principal de chinatown (Cartier Chinois em françês)

NOVAS COMPARAÇÕES:

Vocês de lembram desta foto. É da minha rua quando eu cheguei aqui em abril. Agora compare com a tirada ontem para perceber sobre as mudanças gritantes que eu sempre comento aqui.

Rue Sainte-Familie no final do inverno


E em pleno verão no mês de julho!

MEUS TALENTOS FOTOGRAFICOS

Assim como eu fotografei o parlemento em Ottawa, eu fiz uma foto sobre tripé com superexposição da vista da minha janela, achei que ficou muito bonito e resolvi compartilhar com vocês. Acreditem, era completamente noite quando eu fiz essa foto.


Bom, acho que é isso por hoje, tenham todos uma boa semana.

Abraços, Celso Arrais

domingo, julho 20, 2008

Passei no exame DELF

Eu estou muito contente porque finalmente depois de muito esforço e sacrifícios eu vejo os primeiros resultados da minha jornada no Canadá.
No mês de junho eu me submeti aos exames do Diplome d'études en Langue Française-DELF" e...............
Fui aprovado no nível B2 (início do avançado), isso pra mim foi uma grande vitória, considerando que eu não tenha mais do que um ano e meio de estudos de francês, incluindo o período do Canadá.
Esse diploma tem muito valor no meio profissional e acadêmico, ele é conferido pelo Ministério da Educação da França, sendo reconhecido mundialmente e as provas são realizadas por suas instituições credenciadas por todo o mundo, no caso de Montréal a Universidade McGill, a mais antiga de Montréal. Para se ter uma idéia, aqui no Quebec qualquer uma das faculdades Francofonas me aceitaria com esse diploma para estudos de segundo ou terceiro ciclo (Mestrado ou Doutorado em francês


Outra vitória é que eu concluí o curso de francês (1000 horas) e fui avaliado com a menção EXCELLENTE (nota máxima) no nível 5 que é o avançado 1, isso pra mim também foi uma grande conquista pessoal. Familia, tá vendo ai, valeu o nosso sacrifício.

Bom, com o término do francês eu comecei o curso intensivo de inglês e ai foi como tomar um banho em água fria. Eu estava totalmente confortável no francês, me comunicando bem e de repente tive que voltar a estaca zero, pois, quando estamos em um país onde a língua nativa é o inglês é que podemos perceber o quanto equivocado é o nosso ensino desta língua no Brasil e ai, você é obrigado a descontruir para reconstruir o teu inglês corretamente, desde a pronuncia até a visão realista da forma de se falar em inglês (expressões, lógica da lingua, fonética, etc).
Após três semanas eu me sinto um pouco mais confortável na língua e começo a me acostumar um pouco mais e a experimentar alguns avanços significativos como entender o que as pessoas falam na mesa ao lado no restaurante ou responder à uma questão simples que antes eu não conseguia compreender de maneira alguma. Hoje mesmo eu fui parado na rua por uma senhora que perguntou-me como ela poderia fazer para pegar um ônibus para uma outra cidade próxima, e eu, além de compreender como se ela estivesse falando em português, soube explicar como chegar a rodoviaria (Central Station) no caso de Montréal e aonde procurar a bilheteria. Lógico que a maioria das pessoas deve pensar: isso seria o mínimo para quem está estudando inglês, mas não é, a compreenssão do inglês nativo é muito diferente do que escutamos dos nossos professores na escola de inglês (Exceto a professora Elen do curso Lennox em Brasília), falta a música e isso faz muita, mas muita diferença mesmo, os ouvidos recebem o som como se fosse arabe e teu cérebro pergunta: O que é isso meu deus! Quando você passa a conviver diariamente com a língua começa a clarear e você começa a ouvir alguém falando sem sentir aquele necessidade de fazer aqueles dois pedidos que eu acho que são as duas piores coisas para quem aprende inglês:

Você poderia repetir? Você poderia falar mais lentamente?

Essa sensação de aprendizado é muito boa, pena que você não vai percebendo aos poucos a sua evolução, então não tem a oportunidade de ter esse prazer de sentir seu crescimento, só sente quando está pronto.

TODA SEXTA-FEIRA UMA DESPEDIDA:

Uma coisa muito triste que acontece aqui é que além de você estar praticamente sozinho, toda semana alguns de seus pouquissimos amigos vai embora porque terminou o curso.
Isso dá uma sensação de vazio e uma tristeza tremenda pois a impressão é que estamos perdendo o pouco que temos, e isso é um sentimento geral que eu jamais imaginei existir antes de estar aqui.

Daniela (Mexicana) a esquerda e Mya (Japonesa) a direita foram embora esta semana e deixaram muitas saudades em toda a turma pois já estavamos juntos a cinco meses e acabamos participando de várias atividades escolares e extra-escolares.
Por mais que tenhamos o telefone ou e-mail uns dos outros, sabemos que a distância é inimiga das relações e que são pessoas que muito provavelmente nunca mais veremos ou veremos muito pouco em nossas vidas, isso porque não é fácil ir até o japão, pelo menos uma vez no ano, para ver a Mya, ou ao méxico, para ver a Daniela. Resta a lembrança dos momentos legais e da amizade construída em tão pouco tempo e de maneira tão intensa.


Despedida organizada pelos alunos e professores em um restaurante grego na Rue Prince Arthur

CONTRASTES QUE EU JÁ VIVI

Uma coisa que me impressionou muito aqui no Canadá é a transformação por que passa o meio ambiente ao longo do ano. Eu já vivi o inverno, a primavera e agora vivo o verão. Partí de (-) 22 graus para (+) 26 à 32 no momento. Isso provoca uma radical mudança na paisagem e a mudança acontece como em um passe de mágica, de uma semana para outra tudo muda, isso eu achei muito interessante de observar.


Lembram desta foto, é do parque La Fontaine, foi tirada em março. embaixo existe um lago que a neve esconde durante o inverno.....


E que o verão revela rodeado de verde.


Dá pra acreditar que........


São os mesmos lugares em épocas diferentes


Aqui eu já convivi com montanhas de neve na rua...


e com praia em um dia ensolarado.

Esse é o canadá, um canadá de muitos contrastes climáticos mas também de muita beleza e prosperidade.
Para mim tem sido uma experiência incrível vivenciar tudo isto, conviver com uma cultura francesa e, ao mesmo tempo, com outra inglesa, sentir de perto um país pulsante, organizado e com muita justiça social e respeito aos direitos humanos.
Acho que era tudo como eu esperava, talvez até mais, entretanto a minha aventura já está chegando ao fim, resta apenas um mês e dez dias.
Para os amigos que fiz aqui eu diria muito obrigado pela acolhida e que eu guardarei todos nas minhas melhores lembranças.

Para os do Brasil eu vou dizer:

"Pode ir armando o coreto e preparando aquele feijão preto que eu tô voltando. Põe meia dúzia de brahma prá gelar, muda a roupa de cama, eu tô voltando. Leva o chinelo prá sala de jantar que é lá mesmo que a mala eu vou largar, quero te abraçar, pode se perfumar porque eu tô voltando ......"

Boa semana para todos,

Celso

quarta-feira, julho 02, 2008

Visitando o Muquifo do Goldman na Fête du Canada

Após ser convidado pelo Goldman para passar o dia da "Fête du Canada" em seu Muquifo, peguei o busão e fui para Ottawa.

Para quem não conhece a estória, o Goldman é um amigo que morava em Brasília e que imigrou para o Canadá. Eu o conheci por meio dos blogs de imigrantes Brasileiros no Canadá.

Ele apelidou o seu primeiro apartamento em Gatineau de "Muquifo" e assim, até hoje, mesmo depois de mudar de endereço, o apartamento do Goldman continua sendo "O Muquifo".

Não precisava, mas eu vou dizer: o Goldman é aquela pessoa amiga, bom papo e super atencioso com os Brasileiros que chegam ou já moram em Ottawa.
Eu fiquei super a vontade no Muquifo e adorei passar esses dois dias lá, desfrutando da hospitalidade e companhia desse amigo.

Obrigado Goldman pelo companheirismo! Desde já fica marcado o seu Churrasco ou feijoada quando você for à Brasília, desta vez no meu muquifo! E este eu faço questão!


Vista da sacada do Muquifo! O muquifo propriamente dito eu não vou mostrar porque eu acho que isso o Goldman é que tem direito de fazer se ele quiser!


Esse é o Goldman na piscina do terraço do Muquifo

Em Ottawa o Goldman fez um roteiro para o dia da festa que foi muito divertido. passamos o dia vendo a festa, conhecendo os lugares legais de Ottawa e conversando com os amigos de Brasília que vivem lá.



Logo cedo a colina do parlamento já estava lotada


Assistimos ao desfile durante toda a manhã, muito bonito, até os discursos!


Um palco em frente ao parlamento permitia acompanhar tudo por um telão


Eu achei super interessante essa banda estilo escocês! muito legal mesmo ouvir a música dessa gaita


Várias outras bandas passam pelo desfile também


É muito interessante ver o orgulho estampado no rosto das pessoas. As pessoas participam com a maior alegria das festividades que equivale, no nosso caso ao sete de setembro!


Pela multidão dá pra ver o nível de participação! A cidade de Ottawa tem 780 mil habitantes apenas, e eu acho que eles estavam quase todos na comemoração!


Outra coisa que me deixou fascinado foi assistir a troca da guarda real! A cerimônia segue os mesmos ritos da guarda da rainha da inglaterra, inclusive o uniforme.


Desfilam também os heróis e heroínas de guerra e é feita uma homenagem aos mortos na guerra do afeganistão e outros conflitos que o canadá toma parte no momento!


As ruas de Ottawa viram palco de arte, esporte, música e muita diversão.


Malabaristas e artistas amadores e profissionais fazem a festa nas ruas, o melhor de tudo: você não vê uma confusão, a polícia é muito presente, e além de se avistar guardas por todo lado, um sistema de câmeras faz a vigilância em todos os lugares! Você se sente muito seguro!


As dançarinas japonesas mostram sua arte na rua!


Como não poderia deixar de ser, aqui estão eles, os tocadores de flautas andinas! onde você for no mundo terá um conjunto destes! Não ia ser diferente em Ottawa!


Aqui um mapa da cidade de Ottawa muito interessante, mas dá pra ver que a cidade é pequena, além de ser linda claro!


Festival de Jaz de Ottawa


A vista do parlamento a partir do canal Rideau


Eclusas do Rio Ottawa


Uma pausa para almoçar com os Brasileiros de Ottawa, alguns mais antigos e outros chegaram a apenas uma semana!


A Gabriela, uma Brasileirinha pra lá de simpática, que veio de Curitiba, percebeu que não tinha saido na foto anterior e me intimou: "Ei eu não saí na foto" então eu prometi que ia publicar uma foto exclusiva dela no Brasil! Para mim é um prazer ter sua foto aqui no meu blog Gabriela!




O Goldman chegando na praia de Ottawa com os brasileiros recém-chegados de Brasília



Quem disse que Ottawa não tem praia? Com areia e tudo! Agora a agua!!!! Brrrrrr.......






Ao anoitecer voltamos ao parlamento para assistir os shows!


Nos dirigimos à Gatineau para ver a queima dos fogos e conhecer um pedaço da cidade!




Arquitetura moderna, prédios conservados, muito bonita a cidade!


A entrada de Gatineau, o Rio Ottawa é a divisa entre Ontário e Quebéc


O parlamento visto da ponte de Gatineau




Os fogos de artíficio foram muito lindos, um show realmente!








Aqui uma foto artística que eu e o Goldman fizemos depois do show aproveitando a iluminação própria do parlamento. A vista é a partir do museu da civilização em Gatineau.

Bom acho que é isso, valeu mesmo a viagem e eu fiquei muito satisfeito de conhecer em detalhes a cidade de Ottawa. Agora... Toronto me aguarde!!!!